1.16.2010


"Chamavas-me borboleta pela posição difusa em que me sentava, sempre que chegava o Inverno e o rugir quente da lareira me atraía. Um dia, esqueceste o trabalho que não fazias e vieste sentar-te a meu lado, pousando a tua cabeça no meu ombro, num pedido delicado sem discursos elaborados.


- Tenho medo.
- De quê, meu querido?
- De que um dia partas, de vez. De que não te chegue o calor da lareira e me deixes aqui, sem saber imaginar como tu, sem ti.
- Sabes que mais? Não devias temer nada disso.
- Não? Porquê?
- Porque onde quer que vá, vais comigo. E mesmo que um dia sejas só tu, dançando com as labaredas, volto de passos apressados porque sei como detestas dançar sozinho. Já criámos demasiados laços para nos apagarmos um do outro. Tens raízes em mim, nunca te disse?"



Texto cedido gentilmente pela Ana :)

1 comentário:

Joana disse...

Tão lindo :')