3.19.2019

re(nascer).

Há muito tempo que não vinha aqui escrever... lembrei-me que este era um cantinho que me servia de escapatória para desabafar sem que ninguém me conhecesse ou se lembrasse de visitar.
Acho que cada vez mais precisamos de espaços assim...
As nossas vidas sempre conectadas, sempre necessitados da aprovação do outro nas redes sociais quando desprezamos as nossas verdadeiras realidades.
Quero viver mais no mundo físico e menos no digital. E vir aqui escrever isto pode parecer um contra-senso mas este local é o único onde posso "gritar" sem que ninguém me julgue. Que não meçam cada sílaba do meu discurso e não tentem interpretar coisas de formas equivocadas...

O ser humano é muito complexo, demasiado crítico e esquece-se facilmente dos próprios defeitos.
Hoje venho aqui desabafar.
Dizer que no trabalho as coisas não correm como eu gostaria desde que engravidei. Que me sinto desacreditada apesar de saber o que valho e que faço bem cada uma das minhas funções.
Sim, é verdade, também tem essa novidade ... estou grávida de 31 semanas (que são quase 8 meses... eu também não entendo nada de semanas) e não tem sido fácil.
O primeiro trimestre foi complicado com direito a muito mal estar e náuseas. A partir do quarto melhorou e agora que entrei quase na reta final começa a ser difícil suportar a grande barriga.
Mas é o meu primeiro filho, um menino que eu já amo muito sem conhecer e que me vai dando força para continuar a lutar e a trabalhar neste mundo tão complicado.

Vou dar-lhe o nome do meu avô paterno que nos deixou quando eu tinha 8 anos e de quem, apesar da curta idade, eu tenho memórias maravilhosas.
Era um homem de muito boa índole, muito culto e generosamente bom. Se o meu filho for assim, tenho a receita perfeita.

Agora o que me assombra é o momento do parto, as dores do pós-parto e amamentação, os choros, o medo de não estar a fazer um bom trabalho e de não conseguir ter sempre dinheiro para tudo.
Quem disse que crescer era bom mentiu-vos! Custa muito ... e sentimo-nos ainda mais impotentes do que quando éramos adolescentes com vontade de mudar o mundo.
Essa vontade guardo-a ainda dentro de mim... Se conseguir mudar aqueles que me rodeiam para que se sintam amados já me vai bastando. Mas a luta continua; e posso afirmar com toda a certeza que não é fácil, NADA!

Quanto ao trabalho, vamos ver o que a vida nos reserva. Espero conseguir mudar este sentimento de vazio, de incompreensão e de não reconhecimento que me persegue... Se isso não for possível, tenho de ganhar coragem para mudar. Se não for por mim, por esta família que cresce.

1 comentário:

Green disse...

Antes de mais, muitos parabéns pelo bebé, espero que corra tudo lindamente :)
Quanto ao resto, força, e espero que tudo melhore*